Posts by "helga"

Um rolé em São Miguel

Salve!

Há muito queria organizar alguns roteiros de viagem seguindo os passos dos meus ancestrais. Para juntar história e viagens, duas coisas que gosto muito… e com o mais nobre dos pretextos, é claro! Começando hoje, pelo meu bisavô catarinense:

José Sebastião do Nascimento, nascido em 1860 em São Miguel da Terra Firme – atual município de Biguaçu, em Santa Catarina.

 

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Localização de São Miguel, ao norte da parte continental de Florianópolis.

 

Eu não conheço Biguaçu, mas gostaria. Quem sabe, se no dia que ali estiver, conseguir ignorar a estrada de asfalto entre a praia e as construções históricas do antigo centro de São Miguel da Terra Firme, possa imaginar como o Sr. José percebia aquele lugar. A 7km do centro atual, ainda estão ali a igreja matriz, cuja reconstrução foi iniciada em 1798, com seu pequeno cemitério; o balneário; o Museu Etnográfico Casa dos Açores e o aqueduto histórico.

legenda e link

Detalhe do acervo do Museu Etnográfico Casa dos Açores em São Miguel. Mais fotos ótimas neste post bem informativo (Florianópolis or Just Floripa). Este museu deve dizer muito sobre as origens do seu José Sebastião, um homem de ascendência quase completamente açorita.

 

Biguaçu está logo ao norte de São José, que circunda a porção continental de Florianópolis. Muito embora seja com certeza muito diferente da São Miguel do século XIX que José Sebastião conheceu, a pequena cidade, que já foi um importante ponto portuário e da pesca baleeira, ainda preserva pontos de interesse para o patrimônio histórico, além de reunir as opções de lazer no balneário e gastronomia local, nos restaurantes ao longo da orla. Na galeria abaixo estão algumas fotos – clicando em cada imagem, abre-se uma pequena explicação de cada uma:

 

 

 

Como não poderia faltar em qualquer bom passeio, para quem gosta de comer (eu levantei a mão), vale também ver esta dica dos Destemperados – O Restaurante Aqueduto.

 

Bon voyage,

helga~Helga.

 

O aqueduto e seu reflexo. Ou o reflexo e seu aqueduto, como preferirem.

Em destaque: O aqueduto e seu reflexo. Ou o reflexo e seu aqueduto, como preferirem. Esta viagem é mais uma cortesia da Helga, que editou esta imagem de um antigo cartão postal, que por sua vez veio das profundezas de internet.

A chegada de Alice

Salve!

Foram dias, semanas, meses de espera.

Mas Ela chegou!

…E o post também, muito embora com o atraso que a situação bem permite.

Helena, Alice e Helga - esta que vos escreve.

Helena, Alice, nascida havia cerca de 12 horas, e Helga – esta que vos escreve. Foto: acervo pessoal / Helga.

∼ Prelúdio.

 

Era 7 de julho, aniversário de 3 anos da Helena. Comemoramos à tarde com um bolinho muito pequeno e simples, pois a comemoração de verdade estava por vir no dia seguinte. Horas mais tarde, de madrugada, chegou a Fátima, vinda do Brasil para esperar conosco pela chegada da Alice, com nascimento previsto em 13 de julho. Na tarde do dia 8, já entre uma contração e outra, comemoramos todos juntos o aniversário da Helena.

 

aqui

Doze horas antes da Alice nascer, comemorando com um dia de atraso o aniversário de 3 anos da Helena. Era só o dia anterior, mas já parecia uma memória distante de uma vida passada. Foto: acervo pessoal / Helga.

∞♥∞

∼ O dia.

 

A Alice estava por vir e não quis mais perder tempo: logo após a meia noite, já no dia 9, fomos para o hospital. Às seis da manhã (ou 5:59am, para ser exata), dei o último empurrão que trouxe ao mundo a nossa segunda princesa.

Era uma manhã fresca de verão em Berlim quando ela chegou para ver a luz do dia pela primeira vez. Mas ela chegou com pouco alarde, se acalmou rápido no meu colo, e quem chorou fui eu. As Hebammen (doulas) riram disso (com alegria). Eu chorei de emoção é claro, mas chorei, sobretudo, de alívio.

 

A vista para o jardim do nosso quarto. Berlin Westend, julho de 2016.

A vista para o jardim do nosso quarto. Berlin Westend, julho de 2016. Foto: acervo pessoal / Helga.

∞♥∞

∼ A Fátima.

 

A Fátima chegou para salvar a integridade mental da família. A Alice estava só esperando, tanto é que nasceu na madrugada seguinte à chegada dela, que ainda não tinha superado o jet lag, que ainda não sabia direito como usar a cafeteira, que não sabia onde estava a esponja, como ligar a lava louças, como fazer a Helena dormir. Mas nada disso fez falta: ela tinha amor, e de sobra. Fez de um momento de mudanças truculentas uma transição delicada cheia de brincadeiras, farras e privilégios.

Não existem palavras que sirvam para agradecer. Mas posso dizer que ouvir as risadinhas da Helena pela casa, gritando “Fááátimaaa” era tão delicioso quanto o cheirinho da Alice, o sorrisinho que ela dava depois de mamar, e os momentos em que ela chorava, e a Helena fazia um carinho suave na cabeça dela enquanto dizia “Não chora, nenê”.

 

Fááátimaaa! Fááátimaaa! Fááá-ti-maaaaa!

∼ Era o grito mais frequente da Helena,

também conhecida como “saco batata”

 

∞♥∞

∼ A lactação.

 

Minha filha é gulosa. Muito gulosa.
Minha filha é gulosa em excesso!

Eu sentia meus mamilos como finas fatias de mortadela que se esfarelavam um pouco mais a cada mamada. E sentia meus seios murchos como tomates chupados. E ainda me sentia uma terrível mãe egoísta, quando cometia a falha imperdoável de fazer com que minha filhinha esperasse para mamar por quinze minutos, enquanto eu esperava que um analgésico fraco fizesse o seu efeito psicológico. Passados alguns dias nesse calvário, só restava rir para não chorar:

Does your baby have a drinking problem?

 

Get InfiniMilk by

InfiniTITS™

Giant boob

** Call now, buy one get one FREE at 0800-0900-TITS **. Cena do seio gigante (“giant boob scene”) de Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas Tinha Medo de Perguntar), de Woody Allen, 1972.

∞♥∞

∼ O parto.

 

Eu já dormia com ela do meu lado, numa cama de hospital, quando sonhei que as contrações tinham voltado. Acordei de susto, porque não só sonhei, eu senti aquela dor mais uma vez. E durante a sucessão de 5 horas de contrações intensas por que passei, eu pensei: “agora entendo o medo terrível do parto que pode levar uma mulher a uma cesárea eletiva”.

E pensei:

“Nunca mais! Não quero passar por isso nunca mais”.

Mas no fim, troquei todas aquelas contrações horrendas e dolorosas por uma segunda filha. E pus no mundo aquele ser tão pequeno e tão forte, com aquela penugem levíssima na cabeça, e aquela perfeição que ela exibia em cada mínimo detalhe. E pude, ainda que não tenha levado nenhum ponto, sentir o cheiro da pele da minha filhinha recém nascida, que, como toda mãe sabe, é o melhor cheiro do mundo.

.

∞♥∞

∼ E depois… o início do resto das nossas vidas.

 

A Fátima já está com os dias contados para voltar ao Brasil. Finalmente, depois de vinte dias, vamos ficar aqui nós quatro, eu, o Rod, nossa pequena Helena e nossa mini Alice.

E este há de ser, para mim, um desafio cheio de Amor.

 

ahh

Presentes do Brasil – obrigada, vovó Neusa! Foto: acervo pessoal / Helga.

∞♥∞

Com amor da mamãe,

helga~Helga.

∞♥∞

hauhauhauh

O país das Maravilhas. Via Alice in Wonderland Wiki.

Pelas ruas de Berlim: Stolpersteine

Salve!

 

Caminhando pelas ruas de Berlim, não se pode deixar de notar as Stolpersteine (no singular: Stolperstein). 

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Foto: “Pedra-obstáculo em Berlim. Axel Mauruszat – Obra do próprio”. Wikimedia Commons.

Elas estão por tudo e marcam lugares onde viveram ou trabalharam vítimas da discriminação, perseguição, deportação e extermínio das minorias. A maior parte das Stolpersteine lembra a vida de vítimas do Holocausto, mas existem também Stolpersteine que homenageiam os ciganos Sinti e Roma, integrantes da resistência política ou religiosa, homossexuais, Testemunhas de Jeová e pessoas declaradas “anti-sociais”.

Tive a sorte de presenciar a instalação de algumas delas na nossa vizinhança. A cerimônia de entrega das Stolpersteine é anunciada assim:

Convite para a entrega de dez Stolpersteinen na vizinhança, que tive a sorte de encontrar na porta de casa. Foto: direto do celular da Helga.

Convite para a entrega de dez Stolpersteine na vizinhança, que tive a sorte de encontrar na porta de casa. Foto: direto do celular da Helga. Berlim, 11 de maio de 2016.

Pego no ato: o artista Gunter Demnig, instalando Stolpersteine desde 1996. Em maio deste ano, quando esta foto foi tirada, o projeto completa 20 anos.

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O artista Gunter Demnig instala as Stolpersteine dos Klausner. Feuerbachstraße 13, Berlim. 12 de Maio de 2016. Foto: direto do celular da Helga, esta que vos escreve.

 

Para quem pára e pensa, as Stolpersteine são uma janela interessantíssima para o passado. Imagine a sorte grande de um genealogista, ao encontrar o nome de um antepassado em uma dessas pedras de metal. De uma certa forma, lendo o destino de cada representado em uma Stolperstein, imagina-se o drama impensável de uma era.

Os destinos mais surpreendentes se revelam, desde famílias que acabaram exterminadas por completo em algum campo de concentração, até famílias que escaparam com todos os seus integrantes, e todas as possibilidades pensáveis entre estes extremos. Vislumbra-se o absurdo doloroso de tantas famílias separadas, nas quais alguns entes encontraram, por mais difíceis e perigosos que fossem, seus meios de fuga, enquanto outros, sem a sorte ao seu lado, não.

— ∞ —

jiji

Recém instaladas no cimento fresco, as Stolpersteine costumam ser adornadas de flores no primeiro dia. Feuerbachstraße 13, Berlim. 12 de Maio de 2016. Foto: direto do celular da Helga, esta que vos escreve.

Acima, os Klausner – Feuerbachstraße 13, Berlim

Markus e Ester Klausner, ambos com cerca de 68 anos em 1942, foram naquele ano deportados e assassinados no campo de concentração de Treblinka, no leste da Polônia. Um ano depois, em 1943, duas pessoas que parecem ser seus filhos, com cerca de 42 e 30 anos, foram deportados e assassinados em Auschwitz.

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Mais adiante, no mesmo momento, estavam recém instalados

A família Buck, Siegfried Kniebel e Minna Epstein – Feuerbachstraße 9, Berlin

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Feuerbachstraße 9, Berlim. 12 de Maio de 2016. Foto: direto do celular da Helga, esta que vos escreve.

Cada um dos três integrantes da família Buck teve um destino diferente. Pai e filho, judeus de origem polonesa, com 53 e 15 anos, foram expulsos na “Polenaktion” em outubro de 1938. Os deportados não foram aceitos na Polônia, deixando-os em uma terra de ninguém no extremo leste da Alemanha por vários meses. Somente em 1939 o filho obteve um meio de transporte para menores (Kindertransport) para a Inglaterra. O pai conseguiu retornar e fugir para a Itália, e finalmente para a França, em 1940, permanecendo vivo, mas vivendo em segredo. A mãe escapou para a França, mas foi detida no campo de deportação Drancy durante a ocupação nazista, sendo deportada e assassinada em Auschwitz em 1942, com cerca de 48 anos.

Siegfried Kniebel foi prisioneiro no campo de concentração Sachsenhausen em 1938, sozinho, aos 55 anos. Deportado para Auschwitz em março de 1943, e assassinado no mês seguinte, aos 60 anos.

Minna Epstein, casada ou viúva, foi deportada sozinha para o campo de concentração de Riga (Letônia) em 1942, e assassinada após 3 dias, aos 53 anos.

 

***

As Stolpersteine estão espalhadas pelo mundo e são consideradas o maior monumento descentralizado do mundo.

Às vezes, a beleza de lembrar deixa um gosto amargo.

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Um pequeno grupo homenageia

Um pequeno grupo homenageia os 5 nomes. Feuerbachstraße 9, Berlim. 12 de Maio de 2016. Foto: direto do celular da Helga, esta que vos escreve.

— ∞ —

Update

Das Stolpersteine por que passo todos os dias, essas são as que primeiro notei:

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Stolpersteine da família Glasstein: pai e mãe, aos 39 anos, e filho, aos 12 anos, escaparam juntos para a Palestina, em 1934. Eu tive uma foto dessas pedras no dia da instalação, que misteriosamente se perdeu. Kreuznacherstraße 9, Berlim – em 27 de maio de 2016. Foto: direto do celular da Helga, esta que vos escreve.

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Att,

helga~Helga.

Compilação inacabada de Nomes curiosos, ∞ H ∞

Salve!

Esta é a oitava de uma série de postagens em Extra!, dedicadas a desenterrar alguns nomes encontrados no Garimpo. Navegue pela página principal – Nomes curiosos de A a Z, ou use a barra de navegação no menu lateral.

Mas primeiro, inicio com este

∞ Aviso aos navegantes ∞

Eu, tu, eles jamais pretendeu ofender. É possível que um nome que pertença a algum ente muito querido de algum leitor tenha-me parecido divertido por um ou outro motivo. Alguns nomes são descritos com uma pitada de bom-humor, outros com alguma dose de estupefação que a nada se deve, senão à minha ignorância : )

Por favor, respirem, relaxem e relevem!

~ Grata pela compreensão

 • • • ♦ • • • 

Para ⇑ ∞ G ∞ ⇑

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∞ H ∞

∞ Heluza ∞
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Link – clique aqui

Porto Alegre, 1912.

∞ Helvina ∞
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Belém Velho, Porto Alegre, 1875.

∞ Hilário ∞
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Link – clique aqui

Porto Alegre, 1914.
Espero que não seja só eu quem não consegue evitar de pensar neste emoji quando vê o nome:

MORRI!

MORRI!

∞ Homero ∞
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Porto Alegre, 1914. Impossível não pensar em uma odisséia.

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Ilustração para a Odisséia de Homero. Encontrada em Livros-Digitais.com.

∞ Honor ∞
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Porto Alegre, 1895.

Encontrado sem muita frequência, Honor aparece também em nomes compostos, às vezes hifenado, como por exemplo em Cláudio-Honor (ou Claudionor, simplesmesnte). O Honor deste registro de casamento tem como sobrenome um nome que é também próprio: Camilo.

∞ Horácio ∞

 

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Quem mais pensou, levanta a mão:

jiojioio

O Horácio da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa. 
Imagem encontrada em Rika.com.br.
∞ Hormira ∞
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Link – clique aqui

Hormira seja talvez o mais incomum dos nomes terminados em -mira do meu repertório, como Belmira, Palmira, Zulmira e Ramira, entre outros.
Porto Alegre, 1913.

∞ Hygino ∞
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São Borja, 1873.

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Para ⇓ ∞ I ∞ ⇓

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E para encerrar, um

∞ Segundo aviso aos navegantes ∞

As compilações estão em constante crescimento e sujeitas a alterações sem aviso prévio.

— ∞ —

monogramas

Att,

helga~Helga.

Para explicar uma árvore familiar

Salve!

 

Todo o trabalho hercúleo de uma pesquisa genealógica tende a passar desapercebido se não o expomos para o mundo. Além das plataformas digitais, que permitem que árvores copiem-se, multipliquem-se e fundam-se, os formatos impressos ainda são (e sempre serão) uma opção para representar a árvore de família.

Felizmente, há alguns anos as variedades de apresentações de árvores genealógicas passaram de diagramas enfadonhos a objetos atraentes de decoração, embelezando a casa com algo de significado profundamente pessoal e intransferível. Além disso, vários deles são feitos para agradar tanto adultos como crianças.

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— Alguns exemplos: —

 

  • Simples e lindas com formas puras que enchem os olhos, da My Tree & Me:
Super Mod Tree, MyTreeAndMe.com

Super Mod Tree, MyTreeAndMe.com – modern genealogy.

 

 

 

  • Abaixo, alguns exemplos interessantes de AnaLinea / Etsy:

 

 

  • Esta está preciosa para os pequenos:

 

  • O formato circular clássico pode acomodar muitas gerações, mas às vezes fica sobrecarregado. Não é o caso do exemplo abaixo, que com apenas 4 gerações e poucas cores, ficou super legível:

 

  • DIY! Basta um pouco de vontade, imaginação, papel colorido, tesoura e cola para montar alguns dos gráficos acima. Ou usar algum template free, como, por exemplo:
jijijiji

Lembranças do FamilySearch.org (Beta). Além de gratuitos, podem ser customizados e impressos no conforto do lar : ) Obs.: Mude a língua do gráfico no canto inferior direito da tela.

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♥ Em destaque 

odijfoifji

Heart Stump Modern Family Tree Rings nursery wall print. I Carry Your Heart children decor.” Um produto de LittleInkPrint, Etsy.com

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Att,

helga~Helga.