Salve!
Foram dias, semanas, meses de espera.
Mas Ela chegou!
…E o post também, muito embora com o atraso que a situação bem permite.
∼ Prelúdio.
Era 7 de julho, aniversário de 3 anos da Helena. Comemoramos à tarde com um bolinho muito pequeno e simples, pois a comemoração de verdade estava por vir no dia seguinte. Horas mais tarde, de madrugada, chegou a Fátima, vinda do Brasil para esperar conosco pela chegada da Alice, com nascimento previsto em 13 de julho. Na tarde do dia 8, já entre uma contração e outra, comemoramos todos juntos o aniversário da Helena.
∞♥∞
∼ O dia.
A Alice estava por vir e não quis mais perder tempo: logo após a meia noite, já no dia 9, fomos para o hospital. Às seis da manhã (ou 5:59am, para ser exata), dei o último empurrão que trouxe ao mundo a nossa segunda princesa.
Era uma manhã fresca de verão em Berlim quando ela chegou para ver a luz do dia pela primeira vez. Mas ela chegou com pouco alarde, se acalmou rápido no meu colo, e quem chorou fui eu. As Hebammen (doulas) riram disso (com alegria). Eu chorei de emoção é claro, mas chorei, sobretudo, de alívio.
∞♥∞
∼ A Fátima.
A Fátima chegou para salvar a integridade mental da família. A Alice estava só esperando, tanto é que nasceu na madrugada seguinte à chegada dela, que ainda não tinha superado o jet lag, que ainda não sabia direito como usar a cafeteira, que não sabia onde estava a esponja, como ligar a lava louças, como fazer a Helena dormir. Mas nada disso fez falta: ela tinha amor, e de sobra. Fez de um momento de mudanças truculentas uma transição delicada cheia de brincadeiras, farras e privilégios.
Não existem palavras que sirvam para agradecer. Mas posso dizer que ouvir as risadinhas da Helena pela casa, gritando “Fááátimaaa” era tão delicioso quanto o cheirinho da Alice, o sorrisinho que ela dava depois de mamar, e os momentos em que ela chorava, e a Helena fazia um carinho suave na cabeça dela enquanto dizia “Não chora, nenê”.
Fááátimaaa! Fááátimaaa! Fááá-ti-maaaaa!
∼ Era o grito mais frequente da Helena,
também conhecida como “saco batata”
∞♥∞
∼ A lactação.
Minha filha é gulosa. Muito gulosa.
Minha filha é gulosa em excesso!
Eu sentia meus mamilos como finas fatias de mortadela que se esfarelavam um pouco mais a cada mamada. E sentia meus seios murchos como tomates chupados. E ainda me sentia uma terrível mãe egoísta, quando cometia a falha imperdoável de fazer com que minha filhinha esperasse para mamar por quinze minutos, enquanto eu esperava que um analgésico fraco fizesse o seu efeito psicológico. Passados alguns dias nesse calvário, só restava rir para não chorar:
Does your baby have a drinking problem?
Get InfiniMilk by
InfiniTITS™
∞♥∞
∼ O parto.
Eu já dormia com ela do meu lado, numa cama de hospital, quando sonhei que as contrações tinham voltado. Acordei de susto, porque não só sonhei, eu senti aquela dor mais uma vez. E durante a sucessão de 5 horas de contrações intensas por que passei, eu pensei: “agora entendo o medo terrível do parto que pode levar uma mulher a uma cesárea eletiva”.
E pensei:
“Nunca mais! Não quero passar por isso nunca mais”.
Mas no fim, troquei todas aquelas contrações horrendas e dolorosas por uma segunda filha. E pus no mundo aquele ser tão pequeno e tão forte, com aquela penugem levíssima na cabeça, e aquela perfeição que ela exibia em cada mínimo detalhe. E pude, ainda que não tenha levado nenhum ponto, sentir o cheiro da pele da minha filhinha recém nascida, que, como toda mãe sabe, é o melhor cheiro do mundo.
.
∞♥∞
∼ E depois… o início do resto das nossas vidas.
A Fátima já está com os dias contados para voltar ao Brasil. Finalmente, depois de vinte dias, vamos ficar aqui nós quatro, eu, o Rod, nossa pequena Helena e nossa mini Alice.
E este há de ser, para mim, um desafio cheio de Amor.
∞♥∞
Com amor da mamãe,
∞♥∞