Salve!
Em alguma dessas situações em que buscava referências para escrever uma biografia, li alguns trechos do livro do livro de Luís Cláudio Pereira Symanski, “Espaço privado e vida material em Porto Alegre no século XIX”. Chamou minha atenção, e guardei para mais tarde compartilhar por aqui, este trecho do livro “Minha Vida de Menina”, que foi o diário de Alice Dayrell Caldeira Brant (sob pseudônimo Helena Morley), retratando a vida em Diamantina, no fim do século XIX. O trecho revela a prática e função social do rapé:
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Há na família um vício de todos e eu também gosto, e estou aflita pra crescer e tomá-lo, apesar de meu pai dizer que é feio. É o rapé. Quando estou endefluxada com o nariz entupido e mamãe me dá uma pitada, eu gosto muito. Acho também bonito uma pessoa encontrar com outra, abrir a caixa de rapé e oferecer uma pitada. Na minha família só a Dindinha e o tio Geraldo têm caixa de rapé, de ouro. A de tio Conrado é de prata. A dos outros é de uma coisa preta parecendo chifre. Já notei que Dindinha não perde ocasião de oferecer uma pitada aos outros só para mostrar a caixa de ouro e por isso quase a perdeu ontem na bênção do Santíssimo.»
~Helena Morley, Minha VIda de Menina
Há alguns exemplos lindíssimos de caixas de rapé do século XIX:
E para os que acharam estranho o uso do rapé, que é fumo em pó, para fins terapêuticos, encerro com este anúncio de um potente produto medicinal, no comércio já no século XX:
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Att,