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Colorização de uma foto de família, ca.1913

Salve!

Há muito tempo venho brincando e flertando com colorizações. Mas nunca ia adiante: meus resultados preliminares eram tão tenebrosos que eu preferia encerrar os trabalhos em andamento e mudar de assunto.

Mas! Nunca é tarde para até que enfim finalizar

♥ A minha primeira colorização ♥

A fotografia de família é de cerca de 1913.  E eu adoro o vestido da minha bisavó nesta foto. De que cores terá sido?

 

familia eilert nilles

Muitas folhas e um vestido xadrez fazem um ótimo desafio. Da esquerda para a direita: Wilma Nilles, Henriqueta Eilert, Erna Nilles no colo, Theodoro Nilles e Irma Nilles.

E como ficou?

Ficou perfeito? Claro que não. Looonge disso! Mas me convenceu. Finalmente olhei aquela foto e depois de muito ajustar tantas cores briguentas, consegui achar que a fotografia ganhou mais vida. Consegui realmente imaginar a cena. O que eu queria era que a foto tivesse uma atmosfera que pudesse parecer real, mesmo com uma ou outra desarmonia cromática – como é o caso da grande maioria das fotos coloridas de grupos de pessoas. Minha falta de imaginação meu preconceito me faz idealizar as cores das fotos preto e branco sempre assim: se não é preto, branco, marrom ou bege, então só pode ser azul calcinha ou vermelho. Que dificuldade! Fiz questão de rever meus conceitos, pesquisando roupas de época aqui e ali. É bom saber (na verdade, saber, eu já sabia – mais correto seria dizer que é bom sentir) que o mundo era bem mais colorido do que eu conseguia imaginar.

Mas e afinal, como ficou?? Ficou assim:

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Comecei escolhendo tons pastéis para as meninas. Para o maravilhoso vestido xadrez, o esquema de cores da estampa foi mudado muitas vezes, até que me contentei com uma combinação interessante de tons frios. Porque alguém tinha que se vestir com cores chatas, o pai de família ficou de marrom-preto. A casa ganhou aquelas cores de sempre: amarelinho e marronzinho. Né?

A saia não é justa, mesmo assim deu bastante trabalho. Mas tudo bem: meu dia ficou mais colorido, porque eu terminei!!!

 

Att,

helga~Helga.

 

— P.S. Bônus: uma versão mais saturada —

color-eilertnilles-final-sat

— ∞ —

 

Aformozeamento dos seios, 1917

Salve!

Com freqüência ouço que as mulheres “de hoje em dia” sofrem enorme pressão para contentar aos padrões de beleza “da atualidade”.

Mas gente! Vamos então ver este anúncio no jornal A Federação, em Porto Alegre, aos 18 de julho de 1917.

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Hemeroteca Digital Brasileira: revelando a melhor estratégia para aformozear os seios, desde 1917. Exceto que o produto em questão, a Pasta Yara, não mais existe.

E aqui estamos… 98 anos depois.

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Para os que gostariam de ver mais de perto o texto de divulgação da Pasta Yára… para seios “rijidos e vigorosos”

Com licença, vou fazer um minuto de silêncio pela mania da cintura de 18 polegadas (ou 45.72 cm) de circunferência. Uma mania que já passou!

Sem mais, pela atenção, obrigada.

 

Att,

helga~Helga.

Johann Theodor Nilles

Ele imigrou do pólo industrial da Alemanha para a Belle Époque de Porto Alegre na adolescência, foi trabalhador de uma profissão de época e era conhecido em família pelo seu jeito severo de ser.
Conheça a história de Johann Theodor Nilles.

*03.08.1881 Essen DE          †27.10.1941 Porto Alegre RS

• Vide a genealogia de Theodoro Nilles
Síntese

Johann Theodor Nilles, mais conhecido como Theodoro Nilles, foi um imigrante alemão radicado em Porto Alegre do fim do século XIX até meados do século XX. Viveu a maior parte da vida na cidade, onde foi litógrafo, casou com uma teuto-brasileira, e foi pai de quatro filhas.

Johann Theodor Nilles

Johann Theodor Nilles, ca. 1912. Acervo de família.

“Helga: Ele era brabo?

Uma neta do Theodoro:

É. Ele era muito brabo.
A gente brincava com ele,
fazia graça quando ele falava alemão,
e ele vinha correndo atrás de nós com o relho.
Me lembro como se fosse hoje!
A gente corria para cima das escadas e ele atirava
o relho atrás de nós!”

Parte um:
A infância na Alemanha

1.1. O Nascimento em Borbeck-Essen

Johann Theodor Nilles, o Theodoro, nasceu em 3 de agosto de 1881,[1] em casa no endereço Borbeckerstraße 55, em Borbeck-Mitte,[1] o quarto distrito suburbano da cidade de Essen, na região da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha. Essen era o pólo industrial da Alemanha na época, e ainda é uma das maiores e mais industriais cidades do país. O endereço era listado como propriedade da famigerada gigante alemã, a Firma Krupp, que teve enorme impacto econômico em toda a Alemanha e em especial em Essen, onde construiu bairros inteiros a fim de acomodar o seu enorme contingente de trabalhadores. Theodoro contava vir de uma cidade grande,[2] um grande centro econômico, e a modo de traduzir a informação para a cultura local no Brasil, comparava-a com São Paulo.[2]

Os pais de Theodoro eram o operário (“fabrikarbeiter”)[1] Johann Joseph Nilles[1] (conhecido no Brasil como João Nilles, ou Nilles João) e sua esposa Emilia Nilles,[1] (antes de casar, Maria Emilie Weißkopf).[3] Era neto de Franz Nilles,[3] falecido antes de 1875,[3] e Susanne Margaretha Arnß[3] pela parte paterna, e de Robert Weißkopf[3] e Eleonore Herrmann,[3] também já falecida antes de 1875,[3] pela parte materna.

A fumacenta Essen, com as chaminés da Firma Krupp, em 1890. Vista da torre da prefeitura para o Oeste. Wikimedia Commons.

A fumacenta Essen, com as chaminés da Firma Krupp, em 1890. Vista da torre da prefeitura para o Oeste. Wikimedia Commons.

 

Cartão postal de Borbeck-Essen. Da esquerda para a direita: Estação de trem; Borbeckerstraße - onde Theodoro nasceu; Germaniaplatz; Castelo de Borbeck; Portão do castelo; Outro ângulo do Castelo; Phillipus-Stift; Arena de Boxe; Hospital Evangélico.

Cartão postal de Borbeck-Essen. Da esquerda para a direita: Estação de trem; Borbeckerstraße – onde Theodoro nasceu; Germaniaplatz; Castelo de Borbeck; Portão do castelo; Outro ângulo do Castelo; Phillipus-Stift; Arena de Boxe (ca. 1950); Hospital Evangélico.

As acomodações para funcionários da Krupp eram simples, e com freqüência, com alta concentração de moradores. Borbeck foi bombardeada durante a Segunda Guerra, portanto, poucos trechos originais ainda estão de pé. Infelizmente, a Borbeckerstraße não é um deles. Em alguns outros pequenos trechos, ainda é possível vislumbrar um pouco do século retrasado, como por exemplo na Germaniastraße ou Marktstraße. Mas, na falta de boas fotos atuais, fica no lugar um cartão postal da época:

 

Borbeck Marktstraße, ca. 1910. Cartão postal da época.

Borbeck Marktstraße, a rua do mercado, ca. 1910. Cartão postal da época.

 

– As peças do engenho –

No panorama de uma Essen faminta por força de trabalho, os pais de Theodoro, como muitos que confluíram para o centro da industrialização da Prússia, vinham de diferentes pontos do Império Alemão. O pai vinha de Reil, uma pequena cidade pastoril ao sul de Essen e à margem do Rio Mosela. A mãe, que não morava em Essen sozinha, mas sim com o seu pai operário, era nascida em Elbląg (antigamente chamada Elbing), encravada no Mar Báltico da atual Polônia.

O acontecimento histórico que motivou a mudança de tantos alemães para Essen e arredores foi a unificação da Alemanha em 1871, como detalha Julio Battisti:[4]

“O processo de industrialização alemão foi rápido. Em fins do século XIX, a Alemanha já havia ultrapassado o Reino Unido e a França, e junto com os Estados Unidos, liderou os avanços para a Segunda Revolução Industrial. Esse crescimento foi muito rápido, mas por quê? Porque com a unificação político-territorial em 1871, a Alemanha se tornou não só um único Estado, como também um único mercado. Ou seja, houve também uma unificação econômica. As possibilidades de se acumular capitais aumentou com a instituição de uma moeda única, com a constituição de um grande mercado interno e a padronização das leis.

Devido à facilidade de transportes, e a disponibilidade de jazidas de carvão mineral, se concentrou indústrias quase na fronteira com os Países Baixos, aonde os rios Ruhr e Reno se encontram. Nessa região, que antes era rota de comércio ligando o norte da Itália a Flandres, os banqueiros concentraram capitais, e passaram a investir cada vez mais na indústria.

Aos poucos a população que residia no campo, foi migrando para as cidades e, formando a mão-de-obra necessária.”

A decorrência óbvia deste marco na história foi o significativo êxodo rural e a formação de grandes núcleos onde se concentravam indústrias e a massa de trabalhadores. Nesse contexto, em Essen encontraram-se os pais de Theodoro, vindos de dois extremos opostos da Prússia.

imperioalemao

Território do Império Alemão na época de Theodoro. A mãe veio de Elbing (atualmente chamada Elbląg (Polônia) no canto superior direito, e o pai, de Reil, na parte inferior esquerda.

 

1.2. A família

Em continuidade ao tópico anterior, quatro anos após a unificação da Alemanha, em 1875, casaram-se os pais de Theodoro, em Essen. Ali eles tiveram quatro ou cinco filhos, entre 1876 e 1886. Eles foram:

  • Augusta Nilles,[5] nascida ca.1876, casada com “João” (Johann) Wierig, residente em Essen e viúva em 1913.
  • Franz Wilhelm (Francisco Guilherme) Nilles, nascido em Essen em 28 de dezembro de 1877[6] casado com Maria Siegle.
  • Johann Theodor Nilles, nascido em 3 de agosto de 1881, em Borbeck, Essen.
  • Maria-Sibÿlla Nilles (hipótese), nascida em Essen, em 31 de julho de 1883.[7] Sem mais notícia. Teria falecido antes de 1913.[5]
  • Hedwig Olga (Edwiges) Nilles, nascida em Essen, em 31 de dezembro de 1886,[8] casada com José Kohmann em 1903, e tendo a união dissolvida em 1905. Em 1913, morava em Buenos Aires.[5]

 

arvore-theodoro

A família de Theodoro (exceto esposa e filhas) dividida entre Brasil e Alemanha: pais, avós, tios, primos em Feliz, irmãos e cunhados em Essen, Porto Alegre e Buenos Aires

Como descrito anteriormente, apenas dois dos quatro avós de Theodoro poderiam estar vivos quando ele nasceu, em 1881, pois tanto o avô paterno quanto a avó materna já haviam falecido antes de 1875.[3] E de qualquer forma, independente do tempo de vida dos avós e tios, a distância física seria uma grande barreira, mesmo que os vínculos familiares não tenham sido rompidos indefinidamente.
A família de Theodoro acabou ficando um pouco entre lá e cá, ao contrário da maioria dos imigrantes alemães no Rio Grande do Sul, que partiram para não mais voltar à sua terra natal.

Os avós e tios de Theodoro teriam permanecido em Essen, exceto um: o tio Franz Nilles, que como explicado em maior detalhe a seguir, também imigrou para o Rio Grande do Sul.

 

 1.3. Religião

Todos os registros religiosos da família de Theodoro se encontram nos atos da fé católica, e ambos os pais se declararam católicos[3] quando se casaram no cartório de Essen, em 1875.

O templo católico de Borbeck, onde Theodoro provavelmente foi batizado, é a Igreja de São Dionísio, (em alemão, Pfarrkirche Sankt Dionysius) construída em 1863.[9]

 

1.4. Escolaridade

Theodoro, que certamente foi alfabetizado, deve ter sido educado pelo menos parcialmente na Alemanha, presumindo-se que a migração da família para o Brasil haja ocorrido a partir de 1892, quando ele já tinha, no mínimo, onze anos – como será explicado a seguir.

Em 1900, o percentual de soldados alemães recrutados que não sabiam ler era de 0.7%,[10] ou seja, a cada mil homens na Alemanha, apenas sete eram analfabetos, onde “alfabetização” era definida por saber escrever o nome e ler suficientemente bem.[10] A escolaridade da população alemã já era praticamente uniforme. Portanto, as chances de que Theodoro, que teria 19 anos em 1900, não houvesse freqüentado escola ao ser alfabetizado são absolutamente exíguas.

Isso não quer dizer, no entanto, que tudo fossem flores. As escolas disponíveis para um menino em Borbeck em 1888, quando Theodoro contava 7 anos, eram duas:

– A mais antiga era Schule am Reuenberg, fundada em 1865 e localizada em Reuenberg, 163, e portanto a vinte e cinco minutos de caminhada do endereço de Theodoro (Borbeckertraße, 55). Além da problemática do estilo educacional alemão no século XIX, notoriamente  baseado na seriedade excessiva, haviam também os problemas estruturais de recursos humanos pelos quais passava a instituição. Em 1884, por exemplo, esta escola contava com cinco professores, e 444 alunos.[11] Ou seja, atendia cerca de 89 alunos por professor. Já em 1891, a situação estava bem melhor: eram “apenas” 72 alunos por educador.[11] A escola antiga foi bombardeada e reconstruída após a Segunda Guerra.

– Mas a escola mais próxima, e também a mais recente, era a Dürerschule, fundada em 1887[12] e situada em Wallstraße 2, mista, superior arquitetonicamente, com pátio aprazível, e a nove minutos de caminhada da casa de Theodoro. Esta talvez fosse a opção de escola de Theodoro no seu dia de sorte. Não se sabe, porém, quais seriam as reais condições da escola nesse período tão próximo ao seu ano de fundação.

Dürerschule em Borbeck, Essen. A escola era conhecida como a escola católica, vinculada à igreja de Sankt Dionysius. Wikimedia Commons.

 

Uma curiosidade de Theodoro é que, apesar de falar o alemão como primeira língua na infância e durante toda a vida, ao contrário da mãe e irmãos, costumava assinar seu nome em português, com o O no fim.

Assinatura de Theodoro Nilles. Porto Alegre, 1913.

Assinatura de Theodoro Nilles. Porto Alegre, 1913.

 

1.5. A imigração

Theodoro imigrou para o Rio Grande do Sul acompanhando seus pais e os irmãos Franz e Edwiges. Ao que tudo indica até o momento, a irmã primogênita de Theodoro, Augusta, nascida por volta de 1876, teria permanecido em Essen, sendo casada com João Wierig. Logo, considerando que Augusta estivesse em idade núbil por volta de 1892, aos dezesseis anos, a família teria imigrado entre este ano e 1894, data em que a família já residia na Rua Fernandes Vieira, em Porto Alegre. Assim, presumivelmente a família de Theodoro imigrou para o Brasil por volta de 1893,[13] tendo ele aproximadamente treze anos de idade.

Ainda não foram encontrados registros de partida ou chegada da família Nilles da Alemanha para o Rio Grande do Sul. Poderiam ter partido de Bremen ou Hamburgo; e poderiam ter chegado aos portos de Santos ou Rio de Janeiro. Certo é que, chegando ao Rio Grande do Sul, desembarcaram no Porto Velho de Rio Grande, no fim do século XIX.

Porto velho de Rio Grande, 1889. Autor desconhecido. Imagem disponibilizada por Fotos Antigas do RS (vide fontes). Editada por Helga.

Porto velho de Rio Grande, 1889. Autor desconhecido. Imagem disponibilizada por Fotos Antigas do RS (vide fontes). Editada por Helga.

 

Não se sabe exatamente qual foi o destino inicial da família, porém sabe-se que pelo menos um tio de Theodoro, chamado Francisco José (Franz Joseph) Nilles, casou-se duas vezes na Colônia Feliz, em 1889[14] e 1899,[15] e até pelo menos 1903, ali teve vários filhos; além disso, foi listado como eleitor na circunscrição de Caxias do Sul em 1909.[16] Porém é certo que em algum momento as famílias de Johann Joseph Nilles e de Franz Joseph Nilles, respectivamente pai e tio de Theodoro, tomaram rumos diferentes, sendo que o tio Franz parece ter pemanecido em Feliz, e a família do pai, João Nilles, já estava em Porto Alegre desde pelo menos 1900.[17]

 

Parte dois:
Ganhando asas no Brasil

2.1. O encontro com a noiva

Uma peça ainda em reconstrução da vida de Theodoro é o surgimento do elo com Henriqueta Eilert, que foi sua esposa. A Henriqueta é uma dessas pessoas de quem mais se sabe através de memórias do que de dados vitais. Mas sabe-se que ela tinha vínculos familiares com trabalhadores da área de encardernação e papelaria, e impressões de livros comerciais (tais como cadernos e livros de contabilidade, por exemplo). É possível que assim tenham se conhecido, como ocorria com freqüência, através de familiares que por sua vez se conheceram através do trabalho.

Ou ainda pode ser que tenham se conhecido em sociedade, estando ambos inseridos na comunidade germânica dos imigrantes alemães no Rio Grande do Sul. Somente em Porto Alegre, por exemplo, teriam sido várias as oportunidades de ampliar círculos sociais na comunidade dos alemães, como relata Núncia Santoro Constantino:[18]

“Aos poucos, bailes e festas nos clubes representaram novas formas de sociabilidade introduzidas pelos imigrantes alemães. Depois da Germânia, surgiu a Leopoldina homenageando a imperatriz austríaca dos brasileiros; em 1903 fundava-se o Clube Juvenil. Tornou-se comum, nas noites de sábado, foguetes anunciando bailes que iriam varar a noite, ou kerbs que passaram a fazer parte do calendário festivo porto-alegrense.”
[…]
“Permaneceram muitas dessas sociedades: Deutscher Turnerverein, sociedade de ginástica, os clubes de remo Ruder Club Porto Alegre, Ruder Verein Germania, Ruder
Verein Freundschaft, ainda que na guerra mudassem os nomes. Além de clubes
desportivos, havia outros de categorias profissionais. Exemplo é o Clube dos Caixeiros
Viajantes,‟[…] com o seu pequeno reservado só para drinks e decorado com humor[…], como escreveu Alfred Funke, admirado que encontrara clubes alemães “ […] de combatentes e cantores, ginastas e atiradores, ciclistas e remadores, evangélicos e católicos, trabalhadores e comerciantes […]”

 

Quaisquer tenham sido os meios do acaso, assim aconteceu de Theodoro encontrar Henriqueta, e com ela se casar, e por meio dela vir a ser pai de quatro meninas e muito mais tarde, um bisavô da Helga.

 

2.2. As mulheres de Theodoro

Às três e meia da tarde[17] no domingo de 23 de dezembro de 1900,[17] casou-se Theodoro com Henriqueta Eilert,[17] filha dos imigrantes alemães Pedro e Clara Eilert[17] (nascida Stamm). O casamento ocorreu em casa à Rua Arlindo, n.o 94,[17] em Porto Alegre. A Rua Arlindo não mais existe, e corresponde, a grosso modo, à atual Avenida Érico Veríssimo. Foram testemunhas do enlace Jorge Eilert Filho,[17] com vinte e oito anos, encadernador[17] e residente na Rua São Rafael (a atual Avenida Alberto Bins), n.o 35; e Frederico Guilherme Lehr, com trinta e oito anos, marcineiro e residente na Rua Garibaldi, n.o 3.

A antiga Rua Arlindo. Foto sem data, autor desconhecido. Acervo do Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho, disponibilizada por Jornal Tabaré (vide fontes).

A antiga Rua Arlindo. Foto sem data, autor desconhecido. Acervo do Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho, disponibilizada por Jornal Tabaré (vide fontes).

 

Theodoro casou bem jovem, ocasião na qual declarou ter vinte anos.[17] Fazendo as contas, conclui-se que, de fato, tinha dezenove anos. Talvez não quisesse parecer jovem demais, ou quisesse causar impressão de mais maturidade em Henriqueta, que estava, na realidade, quatro anos à frente de Theodoro, com vinte e três anos completos.[17] Não levou treze meses para que chegasse a primeira de várias filhas. Elas foram:

  1. Irma Nilles, nascida em 15 de janeiro de 1902,[19] em Porto Alegre,[19] e batizada em sete de setembro do mesmo ano,[19] na Igreja Nossa Senhora da Conceição.[19] Foram padrinhos a irmã de Theodoro, Hedwig Olga “Edwiges” Nilles, e seu noivo José Kohmann. [19] Casou com o ítalo-brasileiro Arlindo Giácomo.[2]

    wilma e irma nilles

    Wilma Nilles à esquerda, o mascote da casa, sentado,  e Irma Nilles, à direita. Ca. 1912. Acervo de família.

  2. Wilma Nilles, nascida em 10 de maio de 1904,[20] em Porto Alegre, e batizada em 9 de julho de 1905[20] na Igreja Nossa Senhora da Conceição.[20] Foram padrinhos a cunhada Emília Eilert e esposo, Francisco Subkoviak.[20] [2] Casou com o híspano-brasileiro João Justo Vargas Lopes[21]- que era muito estimado na família[22] – em 27 de julho de 1923[21] na Igreja Nossa Senhora da Piedade, Porto Alegre.[21].

    A lindíssima Wilma Nilles.

    Muito jovem e muito bonita, Wilma Nilles. Acervo de família.

  3. Erna Nilles, nascida em 30 de março de 1911[23] em Porto Alegre,[23] batizada em 1.o de maio[23] do mesmo ano, na Igreja Nossa Senhora da Conceição.[23] Foram padrinhos a cunhada, Carlota Eilert,[2] e esposo, Germano Neumann.[23] Casada com Lothar Nascimento.

    Erna(1929)

    Irene e Erna Nilles no Carnaval de 1929 (a segunda e terceira respectivamente, no centro da foto). Acervo da Helga.

  4. Irene Nilles, filha caçula,[2] nascida em Porto Alegre e falecida em 19 de janeiro de 1946.[24]

 

Theodoro (bem alto) ao lado da esposa, Henriqueta, e as três meninas: Wilma, à esquerda, Irma à direita, e Erna no colo. Ca. 1913. Só faltou a caçula, Irene. Foto do acervo da família, colorizada por Helga.

E assim, Theodoro acabou rodeado de cinco mulheres. Com elas vivia em uma casa de madeira na Rua São Luiz, n.o 333, em Porto Alegre. As filhas estudavam no colégio Bom Conselho[2] e falavam o alemão em casa[2] como primeira língua. Talvez fizesse gosto a Theodoro que tivesse genros teuto-brasileiros como a família dele. Mas não era para ser: Theodoro pôde ver todas casadas, exceto Irene, que sofria de tuberculose[2] e que não chegou a sair de casa, vindo a falecer alguns anos depois dele.[24] Irma, Wilma e Erna casaram-se com brasileiros de origem italiana, espanhola e luso-açoriana, respectivamente.

 

2.3. O Cotidiano

Para imaginar a vida de Theodoro na Porto Alegre da virada até meados do século XX, acompanhando as mudanças ocorridas na cidade, precisamos nos desvencilhar quase completamente das noções de Porto Alegre dos dias de hoje. A densidade urbana, o ritmo de vida, as indumentárias, os hábitos de consumo, os meios de transporte, os estímulos sensoriais, a relação com a paisagem natural, o contato com as águas, enfim, tudo era a manifestação de um outro lugar no tempo, o qual passou por algumas mudanças espaciais drásticas. Theodoro vivia em outra Porto Alegre: vivia na beira de um Riachinho navegável. Trabalhava a poucos metros de uma orla natural no centro da cidade, e deve ter andado de bonde movido a mula até 1908, quando chegaram a Porto Alegre os bondes elétricos. Vivia muito próximo à Redenção, e no entanto, a zona era ainda pouco mais de um arraial, com algumas ruas e casas, e com um prado, ou seja, um campo de turfe – o antigo prado Boavista – praticamente na frente de casa.

 

A Porto Alegre de Theodoro. Feito por Helga.

A Porto Alegre de Theodoro. Feito por Helga.

Essas são, é claro, apenas algumas das muitas diferenças. O mapa acima mostra, esquematicamente, e provavelmente com qualquer equívoco, alguns dos pontos de interesse e rumos cotidianos da vida de Theodoro em Porto Alegre, sobrepostos à imagem de satélite dos dias de hoje. É especialmente notável o fluxo natural do Riachinho – atual Arroio Dilúvio – e a orla do Guaíba. No canto inferior direito, está a sua casa, de frente para o Prado Boavista. Se chegasse ao trabalho de bonde, caminharia até a Rua Santana e apanharia a Linha Parthenon E. Passaria pelas pontes de ferro, depois pela Escola de Guerra (o Colégio Militar), seguindo pela Avenida Bom Fim (atual Osvaldo Aranha), finalmente chegando ao centro, passando pelo Mercado e terminando na Praça Senador Florêncio (atualmente, Alfândega). Caminharia em direção à Praça José Bonifácio, chegando à Lithographia João Petersen. Faria o caminho inverso ao retornar para casa, com o mesmo bonde Parthenon E, o da luz verde. Talvez, num dia comum, pudesse aproveitar a luz intensa e dourada do entardecer de Porto Alegre, ao voltar para casa.

 

Bonds de Porto Alegre, 1910. Hemeroteca Digital Brasileira.

Bonds de Porto Alegre, 1910. Hemeroteca Digital Brasileira.

O endereço de Theodoro e família, na Rua São Luís, n.o 333, está inserido no bairro Santana e na época era já conhecido por este nome. Antes disso, pela metade do século XIX, era conhecido como Arraial São Miguel, onde, devido às condições insalubres ocasionadas pelas constantes enchentes do arroio, concentrava-se um perfil populacional dos absolutamente mais desfavorecidos e marginalizados. Porém, já ao final do mesmo século, intervenções melhoraram as condições do arraial – que passou a chamar-se Santana. Um campo dedicado ao turfe foi ali implementado. Existia já a ponte da Azenha, e outras foram construídas sobre o Riachinho dando continuidade à avenida Santana e ligando o bairro até a Escola de Guerra – atual Colégio Militar – através da linha do bonde. As pontes, os bondes e a proximidade com a Redenção fizeram do bairro Santana um local já bem mais miscigenado na época de Theodoro do que na época do Arraial São Miguel.

Muito próxima estava a família também do arroio. O arroio onde se lavava roupa, onde se pescava, onde se coletava água potável para abastacer a casa… era também o mesmo arroio que inviabilizava a locomoção urbana usual, o mesmo arroio que empapuçava as ruas de chão batido, e que por vezes devia também alagar ligeiramente a casa. Em alguma dessas ocasiões mais extremas, como chegaria Theodoro ao trabalho? Provavelmente nem precisaria trabalhar, pois a oficina litográfica onde ele trabalhava estava na Rua dos Andradas – até hoje, chamada de Rua da Praia – o que faz pensar que devesse fechar as portas quando havia inundação. Para chegar a algum outro lugar durante a cheia do Dilúvio, ou se quisesse fazer um passeio pictórico, talvez recorresse a um dos muitos canoeiros que transportavam passageiros e cargas, atravessando de margem a margem ou serpenteando os antigos meandros do Riachinho, passando pelas antigas pontes de ferro, ao longo da correnteza lenta e da exuberante mata ciliar.

 

Mas em algum dia ameno de brisa e sol,  talvez Theodoro preferisse caminhar. Em pouco menos de uma hora teria percorrido o percurso mais direto, ao longo da Redenção. Teria evitado as agruras do asfalto, das poluições química, visual e sonora. Teria ouvido os cascos dos muares, a fauna e a voz dos comerciantes, teria visto grandes porções de áreas verdes, e o jogo de cheios e vazios das construções e da ocupação urbana daquela época.

E teria, assim, chegado ao trabalho.

 

2.4. O Trabalho

Theodoro é descrito como litógrafo em duas ocasiões,[25] [5] o que não deixa dúvidas de que este foi o seu principal, senão seu único ofício na vida.

O trabalho de litógrafo de Theodoro poderia significar uma gama de atividades, desde a contribuição criativa no desenvolvimento das peças a serem reproduzidas em pequena escala ou em grandes tiragens comerciais, até a porção braçal e repetitiva do trabalho de impressão, que não era automatizado, mas inteiramente manual. Isso consistiria, principalmente, na limpeza, polimento, preparo e constante umidificação e pigmentação das pedras litográficas, e na manipulação das prensas, em incontável repetição, o que potencialmente seria um trabalho fisicamente exaustivo, ou mentalmente entediante, ou ambos.

Mais especificamente, Theodoro era funcionário desta ilustre desconhecida: a Lithographia João Petersen.[5] Fundada pelo ilustrador João Petersen, operou em Porto Alegre a partir de 1905[26] e localizava-se na Rua dos Andradas, n.o 402 entre 1908 e 1919,[27] e na Rua Cel. Vicente, n.o 11A entre 1922 e 1925.[28] Era conhecida comercialmente pelas impressões de rótulos de garrafas,[29] maços de cigarros, [30] partituras musicais, [31][32] além de mapas [33] e outros trabalhos de impressão e ilustração. Abaixo, alguns exemplos de trabalhos da impressão da Lit. João Petersen:

Do trabalho que Theodoro executava todos os dias, sobraram poucos ecos na modernidade. Segundo a falível memória da Helga – esta que vos escreve – em algum link obscuro do passado, o qual no momento não parece recuperável, Miriam Tolpolar, artista plástica e protetora da memória da litografia em Porto Alegre, contava que as pedras litográficas de várias gráficas, incluindo a de João Petersen, tendo se tornado inúteis comercialmente, tornaram-se matéria-prima para pavimentar as fundações de alguma rua de Porto Alegre. Os originais dos mapas impressos para a Secretaria da Agricultura, de acordo com informações extra oficias obtidas pelo arquiteto Luís Francisco da Silva Vargas, estão armazenados em local desconhecido desde 2011.[33]  Mas nem tudo se perdeu: as impressões para maços de cigarros são colecionáveis até hoje; e as músicas impressas e rótulos de garrafas estão disponíveis em vários acervos da cidade.

Algumas generalidades sobre a litografia:

O método de impressão litográfica, que Theodoro empregava diariamente, utiliza-se de uma certa qualidade de pedra calcária que é muito uniformemente porosa e receptiva a substâncias tanto aquosas como oleosas, que são repelentes entre si. Abaixo está uma galeria que procura ilustrar o processo básico da litografia tradicional, feita com blocos de pedra:
(clique para ampliar +info)

No caso de litografias coloridas – técnica chamada de cromolitografia – várias pedras diferentes eram preparadas, cada uma para cada cor a ser aplicada. Cada folha a ser impressa seria passada por todas as cores que se mesclam na imagem final, tornando o processo ainda mais complexo, demorado e trabalhoso. Por todos esses motivos de ordem prática relacionados à produção, a litografia para fins comerciais está em desuso, estando reservada para fins artísticos. Mesmo para os usos artísticos que primam pela qualidade sem comprometimentos, é considerada, na atualidade, uma técnica complicada, lenta e cara de reproduzir imagens – e assim, ficou sendo quase um capricho.

Quanto à cena da litografia comercial na virada do século XX em Porto Alegre, a maior parte das oficinas litográficas, a saber: as litografias Hirtz & Irmão, Weingartner e João Petersen, estavam todas muito próximas entre si, na Rua dos Andradas. Sendo que a litografia era uma das principais formas de impressão da época, todas deviam ter a sua fatia no mercado, cada qual com a sua especialidade característica. A Hirtz & Irmão, por exemplo, é listada como a única a imprimir em folha de flandres – o precursor do papel laminado que era particulamente útil para embalar alimentos. A litografia de João Petersen, que ganhou várias licitações para a impressão de mapas para Secretaria da Agricultura, também costumava produzir impressões que estampavam itens populares como rótulos, maços e música impressa, como exemplificado acima. Assim, a gráfica de João Petersen parece ter se inserido no mercado de impressões litográficas com o diferencial das grandes tiragens, produzidas a custos competitivos.

 

2.5. Atribulações

Alguns fatos que devem ter sido marcantes na vida de Theodoro dizem respeito à família, em particular a alguns insólitos e aleatórios episódios de envolvimento com as autoridades policiais. Theodoro deve ter sido afetado, por exemplo, quando a sua irmã, Edwiges, devido a atritos domésticos que parecem ter virado caso de polícia, acabou por separar-se do marido, e enfim, talvez para fugir ao estigma de mulher separada, tenha ido revisitar Essen na vida adulta, e depois, viver em Buenos Aires.

Outro evento que deve tê-lo preocupado foi a perseguição das autoridades à sua mãe, Emilie – mas esse tema ainda vai ser explorado em outro post, assim como outros aspectos da vida dela.

Além da família dividida entre Porto Alegre, Essen e Buenos Aires, em 1913, faleceu o pai de Theodoro, Johann Nilles.[34] Theodoro foi o declarante do falecimento[34] e o responsável pela organização de todas as praticalidades fúnebres. Transparece que não dispunha de um excedente financeiro suficiente para cobrir os custos funerários, pois recorreu a um empréstimo de João Petersen,[5] o chefe da “officina lithográphica” onde Theodoro trabalhava.

Theodoro tinha então 32 anos e três filhas. Já da sua mãe, Emilie, a última notícia que se tem é de 1918, a bordo de embarcação rumo ao porto de Rio Grande.

 

2.6. Doença e triste fim

Nos últimos anos de vida, Theodoro foi acometido por um tumor cancerígeno no lado esquerdo do pescoço.[2]

Theodoro nos últimos anos: já doente, usava a manta no pescoço para cobrir o tumor. Ca. 1940. Acervo de família.

Theodoro nos últimos anos: já doente, usava a manta no pescoço para cobrir o tumor. A expressão está séria, a mão direita fechada, enquanto na esquerda parece segurar um cigarro. Ca. 1940, Acervo de família.

– Auf Wiedersehen –

Theodoro faleceu ainda relativamente jovem, aos sessenta anos, em 27 de outubro de 1941,[25] em casa na Rua São Luiz n.o 333,[25] e devido aos sintomas do câncer. No dia seguinte, seu falecimento foi atestado medicamente e declarado legalmente pelo genro João Justo Vargas Lopes,[25] marido da filha Wilma. A causa da morte é descrita como “câncer na região cervical C e D, caquexia, asfixia[25]… o que, com tristeza, parece ser uma passagem especialmente difícil.

Passado o sofrimento físico, ao descansar Theodoro deixou vivas a esposa, as quatro filhas e alguns netos. Entre estes era lembrado pela rigidez, pela energia com que repreendia as brincadeiras com a suas conversas em alemão, enfim, pelo seu caráter austero e firme que foi particularmente memorável, mesmo entre netos que nunca o conheceram.[22] Seu aspecto físico era também marcante, sendo descrito como “alto, bonito, com os olhos azuis, claríssimos”.[2]

 

Cronologia

Data, idade na ocasião e breve descrição dos acontecimentos pessoais e históricos ao longo da vida de Theodoro

3 de agosto, 1881 0 Nasce Johann Theodor, filho de Johann Joseph Nilles e Marie Emilie Weißkopf, em Essen, Alemanha
31 de julho, 1883 2 Nasce a provável irmã, Maria Sibÿlla, em Essen
31 de dezembro, 1886 5 Nasce a irmã caçula, Hedwig Olga (Edwiges), em Essen
 ±1888 ±7 Atinge idade escolar
31 de dezembro, 1889 8 O tio Franz Nilles casa-se em Feliz, RS
 ±1893 ±12 A irmã primogênita, Augusta, atinge idade núbil e casa-se com “João” Wierig, em Essen
 entre 1893 e 1894 ±13 A família Nilles migra de Essen para o Rio Grande do Sul
3 de agosto, 1899 18 O tio Franz Nilles casa-se pela 2.a vez em Feliz, RS
23 de dezembro, 1900 19 Casa-se com Henriqueta Eilert, em Porto Alegre
15 de janeiro, 1902 21 Nasce a filha Irma, em Porto Alegre
14 de fevereiro, 1903 22 A irmã, Edwiges, casa-se com José Kohmann, em Porto Alegre
10 de maio, 1904 23 Nasce a filha Wilma, em Porto Alegre
1905 24 Separação de Edwiges
 1905 24 Registrada a 1.a enchente do século, em Porto Alegre
1905 24 Abre a Litographia João Petersen, em Porto Alegre
30 de março, 1911 29 Nasce a filha Erna, em Porto Alegre
1912 31 Registrada a 2.a enchente do século, em Porto Alegre
1.o de maio, 1913 31 Falece o pai, Johann Nilles
±1913 ±32 Nasce a filha caçula, Irene, em Porto Alegre
1914 33 Registrada a 3.a enchente do século, em Porto Alegre
1918 37 Última notícia da mãe, Emilie, rumo a Rio Grande
±1920 39 Casa-se a filha Irma com  Arlindo Giácomo
27 de julho, 1923 41 Casa-se a filha Wilma com João Justo Vargas Lopes, em Porto Alegre.
1925 44 Falece João Petersen, em Porto Alegre
21 de janeiro, 1933 51 Casa-se a filha Erna com Lothar Nascimento, em Porto Alegre.
1936 55 O nível do Guaíba sobre 3,22m além da cota, em Porto Alegre
maio de 1941 60 Pior enchente já registrada em Porto Alegre
27 de outubro, 1941 60 Falece em Porto Alegre

Fontes

Veja também:
  • Jornal Tabaré – Ilhados na miséria
  • Porto Alegre não demorou a dar as costas ao arroio
  • BrasilAlemanha – Porto Alegre, “a cidade dos alemães” durante um século – por Sílvio Aloysio Rockenbach
  • Almanaque Gaúcho – “Hirtz, o iniciador destemeroso” 
  • Gutenberg.org
  • Fotos Antigas RS – Flickr
  • Western Graphics Workshop
  • Porto Alegre, Uma História Fotográfica – Ronaldo Fotografia
  • História dos Bairros de Porto Alegre (PDF)
  • Lista de algumas publicações da Lithographia João Petersen:
    • Mapas e plantas:”(Nota: Litogravuras da Lit. João Petersen. De acordo com Luís Francisco da Silva Vargas, os originais estão armazenados em local desconhecido desde 2011.[33] Versões digitalizadas foram doadas ao Gabinete de Estudos e Pesquisa em Urbanismo (GEDURB), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.)[33]
      • Segundo esboço do “Schema de um Plano Geral de Viação” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas, Relatório de 1917a. 1 mapa, color. Lit. João Petersen. Escala 1:2.000.000.
      • Terceiro esboço do “Schema de um plano geral de viação” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas, Relatório de 1918a. 1 mapa, color. Lit. João Petersen. Escala 1:2.000.000.
      • Quinto esboço do “Mappa da Zona Norte do Estado” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas, Relatório de 1920a. 1 mapa, color. Litogravura João Petersen. Escala 1:2.000.000.
      • Sexto esboço do “Mappa da Zona Norte do Estado” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas, Relatório de 1921b. 2v., 1 mapa, color. Lit. João Petersen. Escala 1:2.000.000.
      • Nono esboço do “Schema dos trabalhos de Colonização. Schema de Viação, especialmente da Zona Norte. Dados estatísticos.” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas, Relatório de 1924b, 2v., 1 mapa, color. Lit. João Petersen. Escala 1:2.000.000
      • Décimo primeiro esboço do “Schema dos trabalhos e Colonização” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas. Relatório de 1926a, v.2, s/p. 1 mapa, color., desenhado por Ernani Muzell. Lit. João Petersen. Escala 1: 2.000.000
      • Cruzeiro do Sul, zona das fontes”. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas. Relatório das estâncias de águas do município da Palmeira. 1920c, s/p. 1 mapa, color. Lit.  João Petersen. Escala 1:500.
      • Croquis da zona das fontes – Valle do Rio Uruguay” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas. Relatório de 1921b, 2 v., s/p. 1 mapa, color. Lit. João Petersen. Escala 1:500.
      • Planta do balneário e immediações” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas. Relatório de 1925b, 2v., s/p. 1 planta baixa, color. Lit. João Petersen. Escala: 1:100.
      • “Planta da Séde de Jaguary” [sic]. Porto Alegre: Secretaria das Obras Públicas. Diretoria de Terras e Colonização [s.n.]. 1920. 1 mapa, color. Lit. João Petersen. Escala 1:10.000.
    • Música impressa:
      • LUZ, Vidalvino Sousa; GOUVEIA, Sérgio, letrista. <u>Danças : Oh! japão, Japão florido.</u>  Fox-Trot. Música impressa, sem número. Porto Alegre: Lit. João Petersen, 1900.
      • GRATIDÃO. Valsa. Porto Alegre: Litografia J. Petersen, s.d.
      • MARICAS. Tango sertanejo. Porto Alegre: Litografia João Petersen, 1924.
      • PAX. Valsa. Porto Alegre: Lit. João Petersen, s.d.

 

Agradecimentos

Primeiro, obrigada ao meu pai, por ter sido meu companheiro de pesquisas, documentação e preservação. Às filhas de Wilma Nilles, obrigada pelas memórias, passeios, histórias e fotografias. Ao Elvio, que é filho de uma dessas filhas, obrigada por digitalizar as fotos com tanto zelo e qualidade.

Mas principalmente ao Theodoro deixo aqui meu agradecimento sem dimensões, por, em consequência da vida que viveu, ter sido o meu segundo bisavô, um que a mim muito lembra o meu próprio pai. Qualquer semelhança não será mera coincidência.

Theodoro, ca. 1935.

Meu bisavô Theodoro, ca. 1935. Eu já tinha conhecido as feições deste rosto, os cabelos escuros, o bigode loiro e os olhos claros quando pequena, através do meu pai.

Profundamente, literalmente:

– Obrigada pela existência.

Da bisneta Helga, em março de 2015.

–×××–



Fontes
[1.1] [1.2] [1.3] [1.4] [1.5] Registro de nascimento de Johann Theodor Nilles. Deutschland, Essen. Staatsarchiv Essen. Geburtenbücher Standesamt I, Registernummer 1612.

Essen, am 3. August 1881 Der dem unterzeichneten Standesbeamten erschien heute, Persönlichkeit nach bekannt, der Fabrikarbeiter Johann Nilles, wohnhaft zu Essen, in der Borbecker Straße No 55, katholischer Religion, und zeigte an, daß von der Emilie Nilles, geboren Weisskopf, seiner Ehefrau, katholischer Religion, wohnhaft zu Essen bei ihre, zu Essen in seiner Wohnung am dritten August des Jahres tausend acht hundert achtzig und eins Nachmittags um ein Uhr ein Kind männlichen Geschlechts geboren worden sei, welches die Vornamen Johann Theodor erhalten habe. Vorgelesen, genehmigt und unterschrieben Johann Nilles Der Standesbeamte Rohm Der Ueberinstimmung mit hauptregister beglaubig, Essen, am 3ten August 1881. Der Standesbeamte.

Transcrição: “Essen, am 3. August 1881
Der dem unterzeichneten Standesbeamten erschien heute, Persönlichkeit nach bekannt, der Fabrikarbeiter Johann Nilles, wohnhaft zu Essen, in der Borbeckerstraße No 55, katholischer Religion, und zeigte an, daß von der Emilie Nilles, geboren Weisskopf, seiner Ehefrau, katholischer Religion, wohnhaft zu Essen bei ihre, zu Essen in seiner Wohnung am dritten August des Jahres tausend acht hundert achtzig und eins Nachmittags um ein Uhr ein Kind männlichen Geschlechts geboren worden sei, welches die Vornamen Johann Theodor erhalten habe.
Vorgelesen, genehmigt und unterschrieben
Johann Nilles
Der Standesbeamte
Rohm
Der Ueberinstimmung mit hauptregister beglaubig,
Essen, am 3ten August 1881.
Der Standesbeamte.

[2.1] [2.2] [2.3] [2.4] [2.5] [2.6] [2.7] [2.8] [2.9] [2.10] [2.11] Memórias das filhas de Wilma Nilles. Informações coletadas por Helga em várias conversas entre janeiro de 2013 março de 2014.
[3.1] [3.2] [3.3] [3.4] [3.5] [3.6] [3.7] [3.8] [3.9] Registro de casamento de Johann e Emilie Nilles. Deutschland, Essen. Staatsarchiv Essen. Heiratsbücher, Standesamt I, Register Nr. 248.Nilles und Weisskopf - Heirat
B.II.

Nr. 268

Essen am vierzehn Juni tausend hundert siebenzig fünf Vormittags elf Uhr.

Vor dem unterzeichneten Standesbeamten erschienen heute als Berlobte:

1. Der Tagelöhner Johann, Joseph Nilles der Person nach durch der von Person bekannten Bürogehülfen Joseph Wegmann anerkannt, katholische Religion, vier und zwanzig Jahre alt, geboren zu Reil, wohnhaft zu Essen in der Johanner Straße N.3, Sohn des verstorbener Tagelöhner Franz Nilles und dessen Ehefrau Susanna, Margarethe geb. Arns zu Reil

2. Die Marie, Emilie Weißkopf, ohne …. der Person nach dieses den  so. Wegmann bekannt, katholischer Religion, siebezehn Jahre alt, geboren zu Elbing, wohnhaft zu Essen, Glashütten No. 31, Tochter der Tagelöhner Robert Weiskopf zu Essen und diesen verstorben Ehefrau Eleonore, geb. Herrmann

sowie als Zeugen:

3. Der Dienstmann Joseph Lucas der Person nach bekannt, acht und dreizig Jahre alt, wohnhaft zu Essen in der … No.6

4. Der Fabrikarbeiter Nicolas Hebler, der Person nach … kannt… fünf und zwanzig Jahre alt, wohnhaft zu Essen in der … No. 18

Die …. erflärten vor dem Standesbeamten und in Gegenwart der Zeugen persönlich ihren Willen, die Ehe mit einander eingeben zu wollen.

Essen am 14ten Juni 1875

Der Standesbeamte.

[4] BATTISTI, Julio. ALEMANHA: Crescimento de uma potência. Acesso em 20 de fevereiro de 2015.
[5.1] [5.2] [5.3] [5.4] [5.5] [5.6] Trechos da partilha de bens de João Nilles. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. Processo No. 317, Ano 1913.
DSC00051DSC00052DSC00054DSC00057
[6] Franz Wilhelm Nilles em Índice de nascimentos – 1877.Deutschland, Essen. Staatsarchiv Essen. Geburtenbücher Standesamt I, Essen 1877.Franz Nilles - Index 1877
[7] Maria Sibÿlla Nilles em Índice de nascimentos – 1886. Deutschland, Essen. Staatsarchiv Essen. Geburtenbücher Standesamt I, Essen 1886.
[8] Hedwig Olga Nilles em Índice de nascimentos – 1886. Deutschland, Essen. Staatsarchiv Essen. Geburtenbücher Standesamt I, Essen 1886Hedwig Nilles - 1886 index
[10.1] [10.2] TWAROG, Sophia. Heights and Living Standards in Germany, 1850-1939: The Case of Wurttemberg. (PDF). Chapter in the National Economic Bureau Research book title Health and Welfare during Industrialization (1997), Richard A. Steckel and Roderick Floud, editors.
[13] Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. Processo Judicial / Ação Ordinária. Processo Nº 2606, 1896.
[14] Registro de casamento de Francisco Nilles, 1889, accessed 13 Feb 2015. Images, FamilySearch: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”: Feliz: Santo Inácio: Matrimônios 1877, Jul-1903, Maio: image 54 of 105.
[15] Registro de casamento de Francisco Nilles, 1899, accessed 13 February 2015. Images, FamilySearch: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”: Feliz: Santo Inácio: Matrimônios 1877, Jul-1903, Maio: image 93 of 105
[16] Notícia de Franz Nilles no edital de alistamento eleitoral, acessado em 14 de fevereiro de 2015. Hemeroteca Digital Brasileira. Periódico caxiense “O Brazil”, Caxias do Sul, Ano I, Ed.22, 12 de junho 1909. Pág.2, 4.a col., Seção “Edital”.
[17.1] [17.2] [17.3] [17.4] [17.5] [17.6] [17.7] [17.8] [17.9] [17.10] Registro de casamento de Theodoro Nilles e Henriqueta Eilert. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 1.o Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais de Porto Alegre. Certidão de Casamento de Theodoro Nilles e Henriqueta Eilert, Matrícula N.o 096602 01 55 1900 2 00012 018 0000032 77. 

Casamento de Theodoro e Henriqueta

[18] CONSTANTINO, Núncia Santoro de. Nas horas vagas: Porto Alegre dos imigrantes (1880-1914) (PDF). Anais do XXVI Simpósio Nacional de História ANPUH: São Paulo, 2011
[19.1] [19.2] [19.3] [19.4] [19.5] Registro de batismo de Irma Nilles, acessado em 13 de fevereiro de 2015. Images, FamilySearch: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”: Porto Alegre: Nossa Senhora da Conceição: Batismos 1902, Maio-1904, Nov: image 14 of 104.
[20.1] [20.2] [20.3] [20.4] Registro de batismo de Wilma Nilles, acessado em 13 de fevereiro de 2015. Images, FamilySearch: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”: Porto Alegre: Nossa Senhora da Conceição: Batismos 1904, Nov-1907, Jun: image 29 of 105.
[21.1] [21.2] [21.3] Registro de casamento de Wilma Nilles, accessed 13 February 2015. Images, FamilySearch: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”: Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952: Porto Alegre: Nossa Senhora da Piedade: Matrimônios 1916, Abr-1927, Abr: image 56 of 104.
[22.1] [22.2] Memórias do pai da Helga, coletadas em várias ocasiões.
[23.1] [23.2] [23.3] [23.4] [23.5] Registro de batismo de Erna Nilles, acessado em 13 de fevereiro de 2015. Images, FamilySearch: “Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952”: Porto Alegre: Nossa Senhora da Conceição: Batismos 1911, Jan-1912, Dez: image 30 of 153.
[24.1] [24.2] Registro de óbito de Irene. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Registro de Pessoas Naturais da 2.a Zona. Registro de óbito de Irene Nilles. Matrícula 100024 01 55 1946 4 0031 017 0029134 78.
certidãoobito irene
[25.1] [25.2] [25.3] [25.4] [25.5] Registro de óbito de Theodoro Nilles. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Cartório de Registro Civil da 2.a Zona de Porto Alegre. Registro de Óbito de Theodoro Nilles, Matrícula N.o 1000 24 01 55 1941 4 00021 173 0020814 18.
obito Theodoro Nilles
[26] BOHNS, Neiva Maria Fonseca. Continente Improvável: Artes Visuais no Rio Grande do Sul do final do século XIX a meados do século XX. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Instituto de Artes: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, 2005. Pag. 381.
[29] SANTOS, Paulo Alexandre da Graça. Mensagens nas Garrafas: O prático e o simbólico no consumo de bebidas em Porto Alegre (1875-1930). Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas: Programa de Pós-Graduação em História: Doutorado Internacional em Arqueologia, 2009. Pág. 52, Nota 58.
[31] SOUZA, Márcio de. Mágoas do violão : mediações culturais na música de Octávio Dutra (Porto Alegre, 1900-1935). Porto Alegre, 2010.  Pág. 93, §1, §2 e §4.
[32] MUELLER, Carlos Braga. CarosOuvintes.org.br – Uma canção para Hercílio Luz. §4.
[33.1] [33.2] [33.3] [33.4] VARGAS, Luís Francisco da Silva. Saneamento e urbanização no Rio Grande do Sul durante os anos de 1916 a 1931: O papel da SOP – Secretaria de Obras Públicas. A cidade de Iraí como referência. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Faculdade de Arquitetura: Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional. Dissertação de Mestrado, 2011. p.163, fig.86. p.170, fig.90. p.183, fig.102. p.186, fig.105. p.203, fig.113. p.208, fig.110. p. 272, fig. 168. p. 278, fig. 176. p. 281, fig.181. p.188, fig.288. p.401 e p.442.
[34.1] [34.2] Certidão de Óbito de Nilles João. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Registro Civil das Pessoas Naturais da 4.a Zona de Porto Alegre. Matrícula N.o 099804 01 55 1913 4 00069 071 0001130 57.
obito de Joao Nilles

Erna Nilles

Em construção: Erna Nilles

*30.03.1911 P. Alegre RS          †10.04.1985 P. Alegre RS

• Vide a genealogia de Erna Nilles
Entre muitas outras coisas, ela foi filha de Theodoro e Henriqueta, mulher do Lothar, mãe de quatro meninos e avó de vários netos, dentre os quais esta que vos escreve, a Helga.
Lothar Nascimento, a esposa Erna, e os primeiros dois filhos, no Natal de 1942.

Erna Nilles com o marido, Lothar Nascimento, e os primeiros dois filhos, no Natal de 1942. Acervo da Helga.

 

Mais por vir.

Com carinho, da neta Helga.

–×××–

Lothar Nascimento

Em construção: Lothar Nascimento

*21.10.1909 Orleães SC          †07.12.1995 Porto Alegre RS

• Vide a genealogia de Lothar Nascimento
Entre muitas outras coisas, ele foi filho de José e Maria, marido da Erna, pai rígido de quatro meninos e avô carinhoso de vários netos, dentre os quais esta que vos escreve, a Helga.
Lothar Nascimento, a esposa Erna, e os primeiros dois filhos, no Natal de 1942.

Lothar Nascimento, a esposa Erna Nilles, e os primeiros dois filhos, no Natal de 1942. Acervo da Helga.

 

Mais por vir.

Com carinho, da neta Helga.

–×××–